sexta-feira, 27 de novembro de 2009

UMA REVISTA À FRENTE DO SEU TEMPO: MATÉRIAS SOBRE TEMAS TABUS ERAM FREQUENTES NA REVISTA DO RÁDIO

A Revista do Rádio foi pioneira em muitos aspectos, entre eles em abordar assuntos ainda tabus para a época, como as crises conjugais e divórcios entre os artistas do rádio . Cabe aqui lembrar que, durante o período de circulação da revista, ainda não havia no Brasil a Lei do Divórcio, promulgada em dezembro de 1977, e a separação, principalmente para as mulheres, implicava em ser mal vista pela sociedade.

Se o próprio tema já era polêmico, imaginem a repercussão que não teve a matéria intitulada
"A cantora bateu no marido" (RR 440, 11/05/1957) , quando a Revista do Rádio levou à tona os detalhes de um dos divórcios mais famosos dos anos 50, do casal Ima Sumac - cantora peruana considerada a de maior popularidade em todo o mundo - e o maestro Moisés Vivanco.

Na matéria, a Revista conta que, depois de surpreender o marido com outra mulher- nada mais nada menos, que sua própria secretária, amiga e confidente - e de ser ameaçada de ter o filho levado para outro país pelo marido, Iva deu uma surra nele, ajudada pelos detetives particulares que havia contratado, cujos gritos acordaram um quarteirão inteiro de Hollywood. Segundo declarou a cantora, ela dera um exemplo do amor peruano.

Confira a matéria completa, que documenta um período de início da emancipação das mulheres em busca de seus direitos e da garantia de sua dignidade:



Conheça um pouco mais de Ima Sumac:

Ima Sumac
era o nome artístico de Zoila Augusta Emperatriz Chavarri del Castillo, e significa "que linda flor" numa transliteração da língua quechua.
Ela foi uma das cantoras líricas mais bem notificadas e admiradas de todos os tempos. Com sua voz, era capaz de emitir notas agudíssimas que soavam como o canto dos pássaros e graves que iam abaixo das notas para um baixo.
Iva era peruana mas, como Carmen Miranda, alcançou o sucesso nos EUA, a ponto de seu nome figurar na desejada Calçada da Fama. Entretanto, a cantora não desprezava suas raízes andinas, dizendo ser descendente do imperador inca Atahualpa.
Ima morreu há um ano, em 04 de novembro de 2008, com 86 anos. Pouco antes, disse que queria ser lembrada como alguém que fez boa música e trouxe alegria ao público.


Veja um vídeo onde Ima canta a música folclórica peruana "Tumpa" (1954):


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