sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O CARNAVAL NA REVISTA DO RÁDIO - PARTE I

  

O duelo de Marchinhas


Os anos 50 e 60 foram marcados não apenas pelo auge do Rádio e da Revista do Rádio, mas também pelo apogeu de um gênero musical bastante popular que conquistou primeiramente o Rio de Janeiro e depois todo o país: a Marcha de Carnaval. Apesar de, atualmente, constituir uma marca da música brasileira, a Marchinha foi importada das Marchas populares portuguesas, partilhando com elas o compasso binário das marchas militares, embora mais acelerado, daí o nome atribuído ao estilo musical.

Aproveitando o sucesso das Marchinhas, a Revista do Rádio promovia duelos entre compositores.  O escritor Victor Kingma, em seu livro de "causos" - A oficina do Tião Sapateiro -, lembra das horas passadas lendo a revista e acompanhando as composições que, geralmente, exaltavam a beleza feminina. Se em uma edição se enaltecia as morenas:

 Linda morena, morena,
morena que me faz sonhar...
A lua cheia, que tanto brilha,
não brilha tanto quanto o teu olhar." (Lamartine Babo)

Logo vinha a réplica:

"Lourinha... Lourinha...
dos olhos claros de cristal...
desta vez em vez da moreninha,
serás a rainha do meu carnaval." (Sílvio Caldas)


Tinha ainda a exaltação à mulata:

"O teu cabelo não nega, mulata,
porque és mulata na cor...
Mas como a cor não pega, mulata
mulata quero teu amor." (
Lamartine Babo-Irmãos Valença)

 
E você pensava que tinha sido uma ideia original do "Fantástico"?


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