quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Livro sobre edição de revistas lembra a célebre Revista do Rádio (contribuição de PC Guimarães)

A jornalista Fátima Ali lançou no fim do ano passado o livro "A Arte de Editar Revistas", que pretende ser um guia prático e completo, com o passo-a-passo para o desenvolvimento do conceito e do design, a edição de matérias e do texto e até a administração de uma redação. Na obra, a editora abrange desde detalhes sobre como fazer uma boa entrevista até como foram criados os modelos de revistas seguidos até hoje; as maiores e mais bem-sucedidas revistas do mundo que se destacaram em meio a milhares de outras e conseguiram permanecer no topo, e os porquês desse sucesso; a história das revistas desde seu surgimento no século XVII, fartamente ilustrada e inédita no Brasil.

A Revista do Rádio, claro, foi uma das publicações destacadas por Fátima, que a descreveu como "Uma revista célebre" da era de ouro do rádio brasileiro, marcada por retratar histórias memoráveis, como a "briga" entre Marlene e Emilinha, e por colunas famosas como "Mexericos da Candinha".

Confira:



Mais sobre a autora: Ela é a fundadora da “Nova“, revista símbolo da liberação sexual da mulher brasileira. Também dirigiu a “Setenta“, revista de moda bem moderna da época, a primeira a publicar um editorial com modelos negros. Chegou a ser vice-presidente do Grupo Abril e a primeira diretora da MTV Brasil.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Entrevista com Rodrigo Faour


Uma das entrevistas mais aguardadas deste blog e com o autor do livro que inspirou a criação do blog da Revista do Rádio, Rodrigo Faour. O jornalista, apresentador, crítico musical e produtor conversou com a equipe do blog e em um papo que fala sobre música, cantores da época e toda a atmosfera do rádio, Rodrigo despejou toda o seu conhecimento.

Confira a entrevista.







sábado, 3 de abril de 2010

NOVO LIVRO SOBRE AS CANTORAS DO RÁDIO

Deu no Correio Braziliense de 23.03.2010:


Professora Maria Luisa Rinaldi lança pesquisa sobre as cantoras da época áurea do rádio

Publicação: 23/03/2010 20:21

Radialista por 10 anos, Maria Luisa Rinaldi Hupfer foi descobrir a história do rádio e o importante papel de suas rainhas somente anos depois, quando abandonou a carreira de repórter para se dedicar à família. “O tempo já não estava mais a meu favor e tive que optar por algo que me possibilitasse estar mais próxima de meus filhos”, lembra a jornalista. Diante de dilema tão comum na vida de mulheres trabalhadoras do novo século, Malu, como gosta de ser chamada, embarcou na mais nova aventura de sua vida. Voltou aos estudos acadêmicos, dessa vez como professora, e lá descobriu o gosto pelas aulas e pela pesquisa científica, tema, inclusive, de um antigo programa de rádio em que trabalhou.

Foram cerca de seis anos de garimpo para concretizar o que viria a ser o livro As rainhas do Rádio — Símbolos da nascente indústria cultural brasileira. Viria a ser porque, a princípio, a ideia da autora era, apenas e tão somente, apresentar o trabalho como dissertação de mestrado. O modo coloquial, simples e direto de escrever, características assimiladas da profissão de jornalista de rádio, era motivo de receio ante a banca examinadora. Esta, no entanto, se surpreendeu e causou mais surpresa ainda à mestranda, pois o texto foi muito elogiado. “Deles veio a sugestão para publicar um livro com o material”, conta Hupfer.

A publicação, recém-lançada pela Senac Editora, chega às livrarias trazendo um apanhado das 10 rainhas do rádio, suas histórias e as histórias dos concursos, entre as décadas de 1940 e 1950. Tudo associado ao processo de nascimento da indústria cultural brasileira, que, com o auxílio do veículo e das musas representadas por Emilinha Borba e Marlene, entre outras, propiciou o aumento do consumo em massa. A autora destaca o papel formador de opinião que as cantoras exerciam sobre o público radiouvinte e a população como um todo. “Naquela época, os concursos movimentavam o país e o rádio era o veículo propagador. Ele tinha o mesmo papel que a televisão exerce atualmente e alcançava quase 90% do território nacional”, explica a escritora. “Hoje, não há nenhum veículo de comunicação que crie um movimento como aquele”, afirma. “Não há uma cantora atual com quem eu possa comparar o sucesso que Emilinha conseguiu com os brasileiros.”

Uma vez eleita, a rainha circulava por vários pólos da mídia: pela publicidade, pelo cinema, pela imprensa, pelo rádio. Enquanto produto, ela se transformava num bem cultural e transitava por todos esses polos, alimentando-os.

Maria Luisa utilizou, como material de pesquisa para a elaboração do trabalho, entrevistas com integrantes de fã- clubes das rainhas e com as próprias cantoras, algumas ainda vivas, bem como vasculhou material de 10 anos da Revista do Rádio, base do projeto e uma das mais importantes publicações especializadas do período, além das revistas Carioca e Radiolândia. O jornalista Heródoto Barbeiro assina o texto de orelha e o prefácio é de Sérgio Cabral.

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AS RAINHAS DO RÁDIO — SÍMBOLOS DA NASCENTE INDÚSTRIA CULTURAL BRASILEIRA

Maria Luisa Rinaldi Hupfer. Editora: Senac Editora.
Preço: R$ 60. Páginas: 232

VICENTE CELESTINO: A VOZ ORGULHO DO BRASIL

Ontem tive a oportunidade de conferir o musical "Vicente Celestino: a voz orgulho do Brasil" em cartaz no SESC GINÁSTICO no Rio de Janeiro. O teatro musicado, como preferem nomear os produtores, conta os melhores momentos da carreira desse grande intérprete com a mais longa carreira ininterrupta da história da música brasileira.

Com um elenco de primeira, o espetáculo é uma ótima oportunidade para os fãs relembrarem a trajetória artística do cantor, que também chegou a atuar em produções cinematográficas. Para os que só haviam ouvido falar, como eu, foi uma aula de historia da música, já que além de contar a vida e obra de Vicente Celestino são feitas várias referências a cantores famosos da época e a outros que ganhavam os palcos no final dos anos 60, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, com quem Celestino chegou a se apresentar pouco antes de morrer.

Mesmo para aqueles que não acompanharam sua carreira, o espetáculo vale pela qualidade tanto de representação como de interpretação musical. O ator Alexandre Schumacher tem uma apresentação impecável e, agora que conheço mais um pouco do cantor - porque logo que cheguei em casa fui conferir vídeos dele na internet -, posso afirmar que foi uma escolha acertada.

Fica a dica para quem se interessa pelo tema bem como para os amantes do bom teatro e de música de qualidade.



Outras informações em: http://www.sescrio.org.br/

quarta-feira, 31 de março de 2010

HISTÓRIAS CARIOCAS

A Revista Veja Rio desta semana, na coluna Histórias Cariocas, a mesma que noticiou a estreia do nosso blog, fala sobre o disputadíssimo concurso para Rainha do Rádio promovido nos anos 40 e 50, cujo cupom para votação vinha na Revista do Rádio. Esse concurso deu origem a uma das maiores rivalidades da MPB entre Marlene e Emilinha Borba, dividindo os fãs das cantoras do rádio entre Marlenistas e Emilinistas, que até os dias de hoje, mesmo depois da morte de Emilinha, continuam disputando quem das duas foi a melhor.





Revista Veja Rio 30.03.2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Casal da "Era de Ouro do Rádio" é homenageado pela Banda da Sá Ferreira

Daisy Lúcidi e Luis Mendes, estrelas eternas do rádio, desde a "Era de Ouro", serão os grandes homenageados neste carnaval pela Banda Da Sá Ferreira.
Juntos há mais de sessenta anos, Daisy e Luis, que ainda hoje são presença marcante no rádio, moram em Copacabana e são padrinhos da tradicional banda carnavalesca do bairro, que presta este ano a merecida homenagem ao casal.
Os dois eram figurinhas carimbadas na Revista do Rádio e já foram notícia aqui também no blog, que inclusive já entrevistou a simpatissíssima Daisy Lúcidi nos estúdios da Rádio Nacional.

(foto Blog do Ruy Jobim)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O CARNAVAL NA REVISTA DO RÁDIO - PARTE I

  

O duelo de Marchinhas


Os anos 50 e 60 foram marcados não apenas pelo auge do Rádio e da Revista do Rádio, mas também pelo apogeu de um gênero musical bastante popular que conquistou primeiramente o Rio de Janeiro e depois todo o país: a Marcha de Carnaval. Apesar de, atualmente, constituir uma marca da música brasileira, a Marchinha foi importada das Marchas populares portuguesas, partilhando com elas o compasso binário das marchas militares, embora mais acelerado, daí o nome atribuído ao estilo musical.

Aproveitando o sucesso das Marchinhas, a Revista do Rádio promovia duelos entre compositores.  O escritor Victor Kingma, em seu livro de "causos" - A oficina do Tião Sapateiro -, lembra das horas passadas lendo a revista e acompanhando as composições que, geralmente, exaltavam a beleza feminina. Se em uma edição se enaltecia as morenas:

 Linda morena, morena,
morena que me faz sonhar...
A lua cheia, que tanto brilha,
não brilha tanto quanto o teu olhar." (Lamartine Babo)

Logo vinha a réplica:

"Lourinha... Lourinha...
dos olhos claros de cristal...
desta vez em vez da moreninha,
serás a rainha do meu carnaval." (Sílvio Caldas)


Tinha ainda a exaltação à mulata:

"O teu cabelo não nega, mulata,
porque és mulata na cor...
Mas como a cor não pega, mulata
mulata quero teu amor." (
Lamartine Babo-Irmãos Valença)

 
E você pensava que tinha sido uma ideia original do "Fantástico"?


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ALGUMAS DAS INÚMERAS CAPAS DA REVISTA DO RÁDIO ESTAMPADAS POR DALVA DE OLIVEIRA



Nas capas abaixo, Dalva de Oliveira aparece ao lado da cantora Emilinha Borba e com o famoso animador de auditório Manoel Barcelos. No centro, coroada de Rainha do Rádio, título que recebeu em 1951.
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

RESENHA SOBRE "DALVA E HERIVELTO" NO BLOG DO RÁDIO CARIOCA

" (...) acredito que esta microssérie fora uma grande homenagem ao veículo RÁDIO, para o veículo não caia no ostracismo." (Isabela Guedes)

A jornalista e blogueira Isabela Guedes publicou em seu blog, no último sábado (09.01), um ótimo post sobre a minissérie "Dalva e Herivelto" exibida na semana passada na Rede Globo. Para Isabela, além de ter sido um retrato de uma época romântica, austera e machista e da efevercência cultural da então Capital Federal Rio de Janeiro, a produção global foi uma grande homenagem ao Rádio, contribuindo para que mais pessoas conheçam a história desse importantíssimo veículo de comunicação.

Vale a pena conferir esse e outros posts: http://blogdoradiocarioca.blogspot.com

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

MEXERICO DO DIA



Conta-se que, apesar do sucesso, Dalva de Oliveira continuou uma mulher simples preenchendo fielmente as tarefas domésticas. Nas festas depois dos grandes shows, fazia macarronada para um batalhão de convidados. No auge da carreira, uma equipe da Revista do Rádio foi entrevistá-la a encontrou lavando as escadas de sua casa.




segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

FIGURINO DA MINISSÉRIE DALVA E HERIVELTO FOI RECONSTITUÍDO A PARTIR DA REVISTA DO RÁDIO




Muito já se falou aqui no Blog sobre o valor da Revista do Rádio como documento da sociedade brasileira dos anos 50 a 70. Uma grande prova disso é a minissérie de Maria Adelaide Amaral que estreia hoje na Globo - Dalva e Herivelto: uma canção de amor... e ódio, - cuja produção de figurino foi totalmente inspirada na moda da época retratada na publicação, segundo conta a figurinista Marília Carneiro em entrevista no site oficial da minissérie.

Mas não foi apenas para a recontituição dos modelitos que a
Revista do Rádio foi útil para a produção global; a publicação também oferece registros da conturbada relação amorosa entre o casal, os quais, apesar de claramente ao lado de Dalva, conseguiam não ser ofensivos com seu marido, conforme destaca Rui Castro.

Ao longo desta semana, enquanto está no ar a minissérie, vamos postar algumas curiosidades sobre o casal e algumas matérias sobre essa relação publicadas na
Revista do Rádio. Enquanto isso, fiquem com um pouco do Trio de Ouro em que cantava Dalva de Oliveira, Herivelto Martins e Nilo Chagas: