sábado, 3 de abril de 2010

NOVO LIVRO SOBRE AS CANTORAS DO RÁDIO

Deu no Correio Braziliense de 23.03.2010:


Professora Maria Luisa Rinaldi lança pesquisa sobre as cantoras da época áurea do rádio

Publicação: 23/03/2010 20:21

Radialista por 10 anos, Maria Luisa Rinaldi Hupfer foi descobrir a história do rádio e o importante papel de suas rainhas somente anos depois, quando abandonou a carreira de repórter para se dedicar à família. “O tempo já não estava mais a meu favor e tive que optar por algo que me possibilitasse estar mais próxima de meus filhos”, lembra a jornalista. Diante de dilema tão comum na vida de mulheres trabalhadoras do novo século, Malu, como gosta de ser chamada, embarcou na mais nova aventura de sua vida. Voltou aos estudos acadêmicos, dessa vez como professora, e lá descobriu o gosto pelas aulas e pela pesquisa científica, tema, inclusive, de um antigo programa de rádio em que trabalhou.

Foram cerca de seis anos de garimpo para concretizar o que viria a ser o livro As rainhas do Rádio — Símbolos da nascente indústria cultural brasileira. Viria a ser porque, a princípio, a ideia da autora era, apenas e tão somente, apresentar o trabalho como dissertação de mestrado. O modo coloquial, simples e direto de escrever, características assimiladas da profissão de jornalista de rádio, era motivo de receio ante a banca examinadora. Esta, no entanto, se surpreendeu e causou mais surpresa ainda à mestranda, pois o texto foi muito elogiado. “Deles veio a sugestão para publicar um livro com o material”, conta Hupfer.

A publicação, recém-lançada pela Senac Editora, chega às livrarias trazendo um apanhado das 10 rainhas do rádio, suas histórias e as histórias dos concursos, entre as décadas de 1940 e 1950. Tudo associado ao processo de nascimento da indústria cultural brasileira, que, com o auxílio do veículo e das musas representadas por Emilinha Borba e Marlene, entre outras, propiciou o aumento do consumo em massa. A autora destaca o papel formador de opinião que as cantoras exerciam sobre o público radiouvinte e a população como um todo. “Naquela época, os concursos movimentavam o país e o rádio era o veículo propagador. Ele tinha o mesmo papel que a televisão exerce atualmente e alcançava quase 90% do território nacional”, explica a escritora. “Hoje, não há nenhum veículo de comunicação que crie um movimento como aquele”, afirma. “Não há uma cantora atual com quem eu possa comparar o sucesso que Emilinha conseguiu com os brasileiros.”

Uma vez eleita, a rainha circulava por vários pólos da mídia: pela publicidade, pelo cinema, pela imprensa, pelo rádio. Enquanto produto, ela se transformava num bem cultural e transitava por todos esses polos, alimentando-os.

Maria Luisa utilizou, como material de pesquisa para a elaboração do trabalho, entrevistas com integrantes de fã- clubes das rainhas e com as próprias cantoras, algumas ainda vivas, bem como vasculhou material de 10 anos da Revista do Rádio, base do projeto e uma das mais importantes publicações especializadas do período, além das revistas Carioca e Radiolândia. O jornalista Heródoto Barbeiro assina o texto de orelha e o prefácio é de Sérgio Cabral.

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AS RAINHAS DO RÁDIO — SÍMBOLOS DA NASCENTE INDÚSTRIA CULTURAL BRASILEIRA

Maria Luisa Rinaldi Hupfer. Editora: Senac Editora.
Preço: R$ 60. Páginas: 232

VICENTE CELESTINO: A VOZ ORGULHO DO BRASIL

Ontem tive a oportunidade de conferir o musical "Vicente Celestino: a voz orgulho do Brasil" em cartaz no SESC GINÁSTICO no Rio de Janeiro. O teatro musicado, como preferem nomear os produtores, conta os melhores momentos da carreira desse grande intérprete com a mais longa carreira ininterrupta da história da música brasileira.

Com um elenco de primeira, o espetáculo é uma ótima oportunidade para os fãs relembrarem a trajetória artística do cantor, que também chegou a atuar em produções cinematográficas. Para os que só haviam ouvido falar, como eu, foi uma aula de historia da música, já que além de contar a vida e obra de Vicente Celestino são feitas várias referências a cantores famosos da época e a outros que ganhavam os palcos no final dos anos 60, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, com quem Celestino chegou a se apresentar pouco antes de morrer.

Mesmo para aqueles que não acompanharam sua carreira, o espetáculo vale pela qualidade tanto de representação como de interpretação musical. O ator Alexandre Schumacher tem uma apresentação impecável e, agora que conheço mais um pouco do cantor - porque logo que cheguei em casa fui conferir vídeos dele na internet -, posso afirmar que foi uma escolha acertada.

Fica a dica para quem se interessa pelo tema bem como para os amantes do bom teatro e de música de qualidade.



Outras informações em: http://www.sescrio.org.br/

quarta-feira, 31 de março de 2010

HISTÓRIAS CARIOCAS

A Revista Veja Rio desta semana, na coluna Histórias Cariocas, a mesma que noticiou a estreia do nosso blog, fala sobre o disputadíssimo concurso para Rainha do Rádio promovido nos anos 40 e 50, cujo cupom para votação vinha na Revista do Rádio. Esse concurso deu origem a uma das maiores rivalidades da MPB entre Marlene e Emilinha Borba, dividindo os fãs das cantoras do rádio entre Marlenistas e Emilinistas, que até os dias de hoje, mesmo depois da morte de Emilinha, continuam disputando quem das duas foi a melhor.





Revista Veja Rio 30.03.2010